SOBRE DACHAU:
Dachau é
uma cidade que fica há aproximadamente 20 km de Munique e é mundialmente
conhecida devido à presença de um campo de concentração em suas imediações. A
maioria dos turistas que passam pela cidade costumam fazer passeios saindo de
Munique, e vão direto ao campo de concentração. Porém, caso fique mais tempo, é
possível aproveitar para conhecer o centro histórico da cidade.
PONTOS MAIS VISITADOS:
- Dachau Palace: localizado no centro histórico da
cidade, este palácio foi construído por volta do século XVI, em estilo
renascentista. Após séculos, ele foi invadido pelos soldados de Napoleão
Bonaparte e durante tal invasão diversos danos e prejuízos foram causados ao prédio
original.
- Campo de concentração de Dachau: o ponto alto e mais
visitado da cidade. Há passeios saindo de Munique para lá, mas também é
possível fazer como eu e pegar um trem e depois um ônibus até lá (e ir por
conta própria). O campo de concentração foi aberto em 1933, nem dois meses após
Hitler tornar-se chanceler alemão, e serviu como modelo para os outros campos
que foram construídos posteriormente. Além de campo de concentração, o local
funcionava como centro de treinamento da SS (onde soldados eram doutrinados em
um sistema que estimulava a tortura e a humilhação). No local onde ele foi
construído, havia uma antiga fábrica de munição durante a Primeira Guerra. Como
todos os campos de concentração, logo na entrada é possível ler a inscrição
“Arbeit Macht Frei” (O trabalho liberta). Esse campo era cercado com cercas de
arame e 7 torres de observação, contava com 30 barracões que não existem mais;
ele funcionou por cerca de 12 anos. Durante esse tempo, passaram por lá cerca
de 200 mil pessoas de 34 nacionalidades das quais morreram cerca de 43 mil.
É possível visitar o interior de um barracão
e ver como eram o banheiro e os quartos, além do “barracão X” que é o mais
chocante por abrigar uma câmara de gás onde era possível matar cerca de 150
pessoas num intervalo de tempo de 15 a 20 minutos com o uso do ácido prússico
(Zyklon B). A visita ainda permite que se observe o local onde os prisioneiros
rezavam (onde hoje foram construídos alguns monumentos), o antigo crematório
que funcionou entre 1940 e 1943, a sala de desintoxicação e o bunker com celas
de 70 cm x 70 cm, salas de interrogatórios com isolamento acústico e barracões
destinados às experiências médicas como amputações e implantes (era feito um
registro de tudo isso). É um passeio muito pesado e impactante. Recomendo que
alugue um áudio-guia.
Indicações
para chegar até lá: pegar o trem S2 no sentido Petershausen.
Para
saber mais:
REFLEXÕES DE UMA MOCHILEIRA (IN)EXPERIENTE:
Poucos
lugares me causaram a sensação que tive ao entrar no campo de concentração de
Dachau.. vamos aos fatos: primeiro, foi o primeiro campo de concentração que
entrei na minha vida e o ambiente pesado é capaz de mexer com o emocional de
qualquer um; segundo, como historiadora me senti ainda mais emocionada, vendo
com meus próprios olhos um lugar tão assombroso e que marcou a história de
muitas famílias até hoje.. e com emocionada quero dizer que foi uma mistura de
diversas emoções diferentes: tristeza, perplexidade, atenção, e lágrimas me
vieram aos olhos em alguns momentos.
Como tinha
ido pra balada na noite anterior, acabei acordando um pouco mais tarde do que o
previsto e perdi a hora do passeio que saía direto do hostel para o campo de
contração, mas isso não fez com que eu desistisse desse passeio.. era algo que
queria muito, entre tantas opções mais fáceis, descobri sobre esse trem que vai
até a cidade de Dachau. Demorou um pouco mais do que ir direto com a excursão,
mas cheguei lá e não me arrependo. Faria tudo de novo.... super indico a
visita, mas para quem tem o emocional um pouco abalado acho melhor evitar. O
local é riquíssimo em história, mas como eu disse, possui um clima muito
pesado.
A visita a esse campo me marcou de uma forma indescritível,
Dachau não foi o local que mais mexeu comigo, mas o que causou um impacto maior
em minha alma mochileira.
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